A diversidade é um tema que discutimos nas rodas de conversa com os amigos, em estudos acadêmicos, estando presente em diversas ações públicas e instituições. Mas como nós tratamos desse tema em nosso ambiente de trabalho?
No dia 28 de junho é celebrado o dia do orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) quando na mesma data em 1969, um bar de Nova York sofreu diversas batidas policiais repletas de violência e abuso de autoridade contra a comunidade LGBT. A data ficou marcada como um símbolo de resistência para reivindicar direitos, conscientizar e buscar mais visibilidade para essa comunidade. O mês de junho também passou a ser considerado como o Mês do Orgulho LGBT.
Vamos entender o cenário da comunidade LGBT no Brasil. De acordo com o estudo da consultoria Santo Caos, que entrevistou 230 pessoas, os resultados são os seguintes:
- 47% declaram sua orientação sexual no trabalho;
- 53% não declaram ou somente declaram para algumas pessoas. Entre os principais motivos para não declarar estão: a falta de intimidade, medo de discriminação, demissão ou dúvida sobre a capacidade profissional ou não sente a necessidade de expor a vida pessoal;
- 40% dos entrevistados já sofreram discriminação por orientação sexual no trabalho, as principais situações que enfrentaram foram as piadas, fofocas, assédio moral, entre outras.
Para conversar sobre o assunto, entrevistamos o nosso diretor Jorge Dalfovo diante dessa realidade e como as empresas podem contribuir a favor da diversidade e inclusão:
Quais são os desafios que você encontrou na sua vida por fazer parte da comunidade LGBT?
JD: Os maiores desafios que eu e qualquer outra pessoa que declara sua orientação sexual no ambiente profissional corremos o risco de enfrentar, são os olhares de menosprezo e incapacidade para nós por parte dos líderes e diretores de empresa. Graças a Deus, agora como empresário posso fazer diferente. Infelizmente, o homessexual é visto como uma vergonha social, ainda para muitas famílias e empresários, mas o que eu vejo ao longo da vida é ao contrário, amigos e profissionais homessexuais buscam na excelência profissional a sua reafirmação em um mundo corporativo, de forma geral, homofóbico que vê na sexualidade a necessidade de se impor em benefício próprio.
Por isso, eu falo que a sexualidade não é uma escolha, faz parte de quem você é, eu sou muito feliz e realizado, mas passei por muito repúdio social, somente quando eu tive o meu próprio negócio é que eu pude falar abertamente, com total liberdade que eu sou gay por conta da insegurança gerada por situações constrangedoras e o preconceito impregnado na sociedade.
Como você reagiu a situações de ataques homofóbicos ou qualquer outro tipo de discriminação?
JD: As frases ditas por diretores ou colegas de trabalho, que muitas vezes fazem parte do cotidiano, mas são ofensivas como “ah vira homem”, “isso não é coisa de homem” e outras expressões, em uma sociedade que chamar uma pessoa de gay é uma ofensa. Então, para lidar com esses ataques homofóbicos, eu canalizei todas as palavras negativas e carregadas de ódio para o meu lado profissional, mostrando a minha capacidade e quanto eu sou pessoa honesta e segura daquilo que eu me proponho a realizar. O problema não é ser gay, o problema é ser homofóbico.
Por que a diversidade é importante para a Lean Sales?
JD: Os talentos das pessoas é que torna a Lean Sales uma empresa única. Assim, a diversidade é um dos nossos principais valores e forças. Nós não contratamos pela orientação sexual, cor da pele ou gênero, nós contratamos pela atitude, capacidade técnica e principalmente por seus valores como ser humano.
Nosso ambiente é livre de qualquer tipo de preconceito ou fobia, o acolhimento a diversidade é o segredo da nossa originalidade.
Como a Lean Sales promove a inclusão e a diversidade?
JD: A Lean Sales promove a inclusão por meio de diversas ações sociais, empoderando as pessoas, dando visibilidade a elas para o mercado, estimulando o seu crescimento. O que importa para nós são as qualidades profissionais, valores e princípios que definem o ser humano como a ética e caráter, e não a religião, cor de pele, orientação sexual, etc.
Nós damos voz ao diferente, a minoria, porque acreditamos que a diversidade é o sentido do nosso propósito e que nos torna um ser humano melhor.
Qual é o seu conselho para as empresas que desejam criar políticas de inclusão no ambiente de trabalho?
JD: Nunca foi tão importante falar de diversidade e inclusão por vivermos em uma sociedade preconceituosa, que por diversas vezes manifesta esse preconceito de forma sutil. Isso se revela nas empresas que não contratam as pessoas por causa da discriminação intrínseca em sua cultura organizacional.
As empresas precisam fazer com que seus colaboradores se sintam parte dela e confortáveis em seu ambiente de trabalho, trazendo mais aceitação, o que consequentemente aumenta a produtividade.
Eu gostaria de deixar esse apelo a todos os empresários assim como nós da Lean Sales: contrate pessoas pela sua trajetória e pelos seus valores, o resto não importa, ou seja, não vai interferir na qualidade dos resultados, se interferir será de forma positiva, e no que o profissional tem a oferecer ao seu negócio.
Aqui na Lean Sales, diversidade, conhecimento, competência, habilidade e pessoas caminham juntas!